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CEOM já realizou mais de 75 mil atendimentos a mulheres vítimas de violência em São Gonçalo

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Publicado em:  07/08/2020

“Durante uma conversa com uma amiga sobre violência contra a mulher, comecei a me sentir muito mal, pensei que ia desmaiar. Ela estava contando sobre os tipos de violência doméstica que muitas mulheres sofrem, mas não conseguem identificar. Descobri que eu era uma vítima de violência patrimonial e psicológica. Busquei ajuda e, após 17 anos de casamento, criei coragem e pedi o divórcio. Hoje, vivo feliz e me sinto liberta de um ciclo que foi muito difícil de romper”, relata Renata, de 46 anos, uma das usuárias do Centro Especial de Orientação à Mulher (CEOM) Zuzu Angel, que há 22 anos é uma política pública referência no combate à violência contra a mulher. A instituição exerce importante papel na efetivação da Lei Maria da Penha, que comemora 14 anos de existência nesta sexta-feira (7).

Prestes a completar 23 anos de funcionamento no próximo dia 26, a instituição vinculada à Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Idoso, Mulher e Pessoa com Deficiência, através da Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres, já realizou mais de 75 mil atendimentos a mulheres em situação de violência. Buscando garantir a proteção dessa parcela da população durante a pandemia, período que os números de casos tendem a aumentar por causa do isolamento social, o CEOM, localizado em Neves, está funcionando com horário normal, de segunda a sexta, das 9h às 17h, respeitando as medidas estabelecidas de enfrentamento à emergência de saúde pública em decorrência do novo Coronavírus.

Formado por uma equipe multidisciplinar, o Centro Zuzu Angel possui psicólogas, assistentes sociais, advogado e guarda municipal, que formam uma rede de apoio e acolhimento às mulheres que chegam ao local. Em constante articulação com as redes de proteção como o Movimento de Mulheres, Defensoria Pública, Ministério Público e delegacias especializadas.

Para a psicóloga do CEOM, Adriana Barros, auxiliar as mulheres no rompimento da violência não é um processo fácil.

“Não é fácil viver, nem é fácil superar a violência. Muitas mulheres chegam aqui sem mesmo reconhecer que passam por uma situação de violação de direitos, e nós ajudamos nesse processo. E pensamos, juntas, formas de fazer a vida ser boa novamente. É muito delicado afirmar a violência”, disse.

Entre os meses de março a julho deste ano, o CEOM realizou 206 atendimentos. Neste mesmo período, em 2019, foram registrados 214 atendimentos. Os casos de violência psicológica e física foram os de maior demanda. A pequena queda nos números pode estar relacionada ao isolamento social, período que pode representar perigo para muitas mulheres vítimas de violência doméstica. Renata foi uma dessas mulheres que buscaram ajuda durante a pandemia. Em abril, a fisioterapeuta decidiu sair da casa que morava com seu marido e ir viver em um novo lar com os dois filhos.

“O atendimento psicológico que venho fazendo através do CEOM tem sido essencial nessa nova fase da minha vida. Eu desabafava com muitas amigas que me escutavam, mas não sabiam como me ajudar. Os técnicos que atuam no centro me acolheram, me orientaram e vêm me acompanhando semanalmente, além disso, me ofereceram acesso a serviços de profissionais como advogado e assistente social. Hoje sou muito mais alegre e estou vivendo uma vida mais leve. Desejo que todas as mulheres que, infelizmente passam por essa situação, consigam romper com este ciclo. É muito bom saber que no nosso município podemos contar com este lugar que realiza um trabalho tão bonito, sério e dedicado”, destaca Renata.

Redes de proteção – Além do 180 (Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência), a cidade de São Gonçalo ainda possui as redes de proteção através do Conselho dos Direitos da Mulher, localizado na Rua Uriscina Vargas, 36, Mutondo; Movimento de Mulheres, na rua Rodrigues da Fonseca, 201, Zé Garoto; Delegacia de Atendimento a Mulher (DEAM), na Avenida Dezoito do Forte, 578, Mutuá; e através do próprio CEOM, que funciona de segunda a sexta, das 9h às 17h, com atendimento presencial na Rua Camilo Fernandes Moreira, em Neves, ou ainda pelo telefone 96427-0012.

Autor: Luciana Pimentel
Fonte: Ascom

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