Início > Saúde > Mulher doa cabelo ao Espaço Rosa após diagnóstico de câncer do marido

Mulher doa cabelo ao Espaço Rosa após diagnóstico de câncer do marido

Compartilhe isso:


Publicado em:  09/10/2019

Como parte das atividades do Espaço Rosa em comemoração ao mês de combate ao câncer de mama, nesta quarta-feira (9), uma equipe da unidade realizou o corte gratuito de cabelos, no Partage Shopping. As campanhas de doação de cabelo têm a finalidade de confeccionar perucas para pacientes em processo de quimioterapia e, até o momento, mais de 700 doações já foram feitas neste ano.

Diversas pessoas de diferentes lugares já fizeram a doação para presentear aqueles que precisam, como é o caso da Elania Braga, de 53 anos. A auxiliar administrativa e moradora do bairro Jardim Califórnia acompanhou de perto seu marido no tratamento contra o câncer de mama e sempre quis ajudar quem passasse por esse estágio. Até que viu no facebook a divulgação da ação no shopping e aproveitou a oportunidade.

“Há cerca de dois anos, meu marido descobriu que estava com câncer de mama e chocou toda nossa família, pois não ouvíamos casos de homens que eram diagnosticados com essa doença. Eu já conhecia o Espaço Rosa e sempre via o trabalho lindo que realizam com as pacientes. A queda dos cabelos é um dos momentos mais tristes para todos que estão em tratamento, então, quando olhei na rede social da unidade que realizariam essa ação de corte gratuito para confecção de perucas, não poderia perder oportunidade de ajudar. Fico muito feliz em ter realizado essa ação, principalmente em homenagem a meu marido e o que ele passou, mas também por poder ajudar no processo e recuperação de alguma outra mulher ou até talvez um homem”, declara Elania.

O câncer de mama é uma doença que atinge mulheres de qualquer idade. O que não é notificado é que a cada 100 mulheres brasileiras diagnosticadas com o câncer, um homem também é acometido pela doença, ou seja, 1% do total de câncer de mama no país ocorre no sexo masculino. O José Ronaldo, marido da Elania, foi uma dessas pessoas que entrou na estatística. O aposentado de 54 anos, em 2016, sentiu um caroço no peito quando estava deitado em sua residência. A princípio achou insignificante, até que, posteriormente, descobriu que se tratava de um câncer de mama e necessitou fazer a mastectomia.

“Eu estava deitado na minha cama, quando passei a mão no meu peito e senti um pequeno caroço, achei que era normal e fui deixando. Até que via o caroço crescendo e resolvi procurar um médico. Fui até o posto de saúde e me encaminharam para fazer exames. Ao ver o resultado da tomografia, o médico em questão falou que estava apenas com um lipoma, o que me deixou bem menos preocupado. Entretanto, o tumor não parava de crescer e, junto a isso, estava perdendo muito peso. Certo dia levei meu filho na consulta com o endócrino e o médico olhou para mim e achou que tinha alguma coisa de errado comigo. Pediu para eu tirar a camisa e expliquei o que aconteceu e o resultado dos exames. Ele não ficou muito confiante e pediu para realizar de novo e indicou onde fazer. No dia seguinte já fiz os exames e realmente foi constatado um câncer de mama e que precisava fazer a cirurgia o mais rápido possível. Depois de muito sofrimento, eu passei por todo o tratamento e hoje estou aqui bem. Anteriormente, eu nunca tive conhecimento que homens, também, poderiam ter câncer de mama. Após a minha doença, eu pesquisei que existe sim, é raro mas não impossível. O que eu puder fazer para orientar amigos, conhecidos e incentivar a realizar os exames, eu estou fazendo, porque essa doença surge de forma silenciosa e sem explicação. Eu nunca imaginaria que passaria por isso e ainda mais que ficaria curado. Graças a Deus não tenho mais o câncer e hoje, eu e minha mulher estamos sempre conscientizando as pessoas sobre essa doença, principalmente pessoas do sexo masculino, poque elas nunca vão achar que pode acontecer com elas, poucos acreditam”, esclarece José Ronaldo.

A coordenadora da unidade, Patrícia Silva, afirma que a fase do tratamento com a quimioterapia é muito difícil para todos e que a história do José Ronaldo mostra que independe de quem seja ou o que faça, você pode ser diagnosticado com câncer. “A ideia das campanhas de doação de cabelo contribui muito para o apoio psicológico das centenas de portadores da doença. Nas ações ouço todo o tipo de história que leva alguém a doar o cabelo. Acompanho cada paciente da unidade e sei que a queda dos cabelos é um dos momento mais tristes, porque muitas já se sentem deprimidas e com essa situação a autoestima vai lá embaixo. Ver pessoas com a necessidade de apoiar, só contribui para nosso trabalho de mostrar que a vida não acaba com o câncer”, explica.

O Espaço Rosa tem parceria com diversos salões do município para confecção das perucas, além do corte com o cabeleireiro Sergio de Manttos, conhecido como Serginho Tesoura de Ouro. Qualquer pessoa pode participar, tanto homens, quanto mulheres ou crianças, desde que tenha no mínimo 10cm de cabelo para doar, já que são aceitos todos os tipos de cabelos, com qualquer tipo de química: progressiva, alisamento, tintura, luzes e californiana, assim como, cabelos crespos, lisos, loiros, ruivos, pretos e grisalhos.

Autor: Raquel Muniz
Foto: Divulgação
Fonte: Ascom

Notícias relacionadas

Skip to content