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Programa de Saúde do homem realiza ação de conscientização em SG

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Publicado em:  18/07/2019

As principais causas de morte entre os homens, segundo dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, são as causas externas, como acidentes de trânsito, acidentes de trabalho e lesões por violência. Em segundo lugar estão as doenças do aparelho circulatório (como infarto agudo do miocárdio), seguida das neoplasias (tumor), nos brônquios e pulmões. Apesar dos dados, os homens ainda são os que menos acessam as redes de cuidado da saúde. Para incentivar e orientar a população, nesta quinta-feira (18), o Programa Municipal de Saúde do Homem realizou uma ação de saúde integral no São Gonçalo Shopping, no Boa Vista.

“O programa está em fase de implantação desde agosto de 2018. Realizamos capacitações na rede e estamos mapeando, através de questionários voltados para o público masculino, quais motivos levam a não acessar o sistema de saúde. Fazer um trabalho preventivo e alertar para a importância do cuidado é fundamental!”, disse a enfermeira e coordenadora do programa, Aghata Barros.

Na ação, profissionais do Núcleo de Saúde da Família (NASF) e da Unidade de Saúde da Família (USF) realizaram aferição de pressão, distribuição de preservativos, além de diálogo sobre cuidados com diabetes, obesidade e exames preventivos.

A prevenção representa ganho de qualidade de vida. Neste sentido, no Sistema Único de Saúde (SUS), o homem pode fazer uma série de exames de check-up, como sangue (hemograma e dosagem dos níveis de colesterol total e frações, triglicerídios, glicemia e insulina); aferição de pressão arterial, verificação de peso e cálculo de IMC (índice de massa corporal); função pulmonar (indicada aos fumantes); pesquisa de antígeno de superfície do vírus da hepatite B (HBsAg); e teste de detecção de sífilis, pesquisa de anticorpos anti-HIV e dos vírus da hepatite C. E esses cuidados de prevenção devem começar desde a adolescência.

Para muitos homens, o pré-natal, por exemplo, é voltado apenas para a mulher, no período da gestação. De acordo com a pesquisa Saúde do Homem Paternidade e Cuidado feita pela Coordenação Nacional de Saúde do Homem do Ministério da Saúde e Ouvidoria do SUS, cerca de 84% dos homens não realizaram exames durante o pré-natal da mulher. Ou seja, o que muitos não sabem, é que eles, também, podem realizar consultas de pré-natal, tendo acesso a testes de sífilis, hepatites e HIV, além de tirar medidas antropométricas (altura e índice de Massa Corporal); exames de rotina como hemograma, lipidograma; atualização do cartão de vacina; aferição da pressão arterial; e teste de glicemia.

Com o objetivo de garantir uma linha de cuidados integrais voltada para a população masculina, em 2009, o Ministério da Saúde lançou a portaria que institui a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem.

Para o aposentado Antônio Luiz Hipólito, de 70 anos, morador do bairro Porto Novo, o cuidado é fundamental.

“Eu estou sempre fazendo os meus exames e procurando seguir os conselhos dos médicos. Perdi duas pessoas na minha família para o câncer de próstata exatamente pela falta de buscar um cuidado médico. Já marquei o meu exame para daqui 15 dias e vou seguir me cuidando!”, afirmou.

De acordo com a pesquisa de 2015 do Ministério da Saúde, de dados de morbimortalidade masculina no Brasil, 68% das mortes de pessoas de 20 a 59 anos são de homens. A cada cinco pessoas que morrem entre 20 e 30 anos, quatro são homens. Sem esquecer que os números também revelam o racismo e as desigualdades sociais no Brasil, onde a cada 23 minutos, um jovem negro e periférico é assassinado.

Para a psicóloga do Núcleo de Saúde da Família (NASF), Maria Cristina Machado, apesar da resistência da população masculina em acessar os serviços de saúde, é necessário seguir conscientizando a população.

“Esse é um movimento cultural , onde os homens não são socializados ao cuidado. A geração mais nova ainda possui uma perspectiva diferente, mas, na abordagem masculina ainda precisamos de um jogo de cintura pois eles são muito resistentes, como se o cuidado colocasse em risco a sua masculinidade!”, destacou.

Autor: Thayná Valente
Foto: Divulgação
Fonte: Ascom

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