Com a proposta de conscientizar, alertar e sensibilizar os homens na luta pelo fim da violência contra a mulher, a última reunião de 2019 da Rede Mulher contou com a presença da sociedade civil, lideranças comunitárias e conselheiros de direitos para discutirem sobre o papel do homem na desconstrução do machismo. O evento realizado pela Secretaria de Políticas Públicas para Mulher, Idoso e Pessoa com Deficiência (Semimd), através da Subsecretaria da Mulher, aconteceu na última sexta-feira (13), no Ministério Público, em Santa Catarina.
O tema escolhido para a reunião foi em alusão aos “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher”. Quem conduziu a palestra foi o psicólogo Dário Cordova Posada, que destaca a importância do trabalho intersetorial no fortalecimento da rede de combate à violência.
“É importante tornar público essa discussão que não está só no âmbito da justiça. O desafio é incorporar essas noções e conceitos dentro da gestão do próprio município, num trabalho intersetorial com as secretarias de Saúde, Desenvolvimento Social e Educação, para juntos criarem ações estratégicas que vão além da justiça, na prevenção da violência”, ressalta Dário.
A reunião contou também com a participação de integrantes da Patrulha Maria da Penha, que apresentaram o programa lançado pela Secretaria de Estado da Polícia Militar, que vem sendo desenvolvido em São Gonçalo, que consiste em um acompanhamento especializado de policiais e integrantes do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) às vítimas de violência doméstica.
A equipe técnica do Centro Especial de Orientação à Mulher (Ceom), instituição referência no acolhimento de mulheres, também apresentou o trabalho realizado no município em parceria com a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) e as demais redes de proteção do município.
Em 2017, o município de São Gonçalo integrou o ranking das 10 cidades com maiores números de violência psicológica, tentativa de estupro e lesão corporal contra a mulher. A subsecretária da Mulher e presidente do Conselho Municipal de Direitos da Mulher, Andréa Machado, fala sobre a importância de discutir sobre o tema proposto no nosso município.
“É preciso colocar esse assunto sempre em pauta uma vez que precisamos conversar e provocar uma reflexão sobre o modelo de masculinidade que se impõe aos meninos e homens, como por exemplo, de que o homem não pode expressar emoções, nem levar desaforo para casa, que ele precisa ser viril, competidor, dentre outras características. Esses ensinamentos comportamentais acabam por criar vários outros problemas como a própria violência doméstica. Este encontro foi tão importante, que o público presente pediu para que o tema seja discutido com mais profundidade na próxima reunião, como forma de engajar os homens no enfrentamento à violência contra meninas e mulheres”, explica Andréa Machado.
Autor: Luciana Pimentel
Foto: Divulgação
Fonte: SMDS
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