Retorno presencial às salas de aula é debatido na Câmara

Secretária de Educação de São Gonçalo garante retorno seguro às escolas

A secretária de Educação de São Gonçalo, Lícia Damasceno, garantiu nesta segunda-feira (22), durante audiência pública na Câmara de Vereadores, que o município tomou todas as providências necessárias para garantir um retorno seguro às escolas da rede pública de ensino. A audiência foi realizada para discutir o retorno presencial às aulas.

O debate foi realizado por representantes do Executivo, do Legislativo e sindicatos de Educação. Foram discutidos os pontos para um retorno seguro e o estabelecimento de um diálogo com os sindicatos e os pais, em relação aos procedimentos a serem adotados durante a pandemia de covid-19.

A mesa da audiência pública foi presidida pelo vereador Felipe Guarany, presidente da Comissão de Educação, e formada pelos vereadores Bruno Porto e professor Josemar, membros da comissão, a secretária de Educação, Lícia Damasceno, a subsecretária de Educação, Aline Devillart, o subsecretário Executivo, Maurício Nascimento, além de Maria do Nascimento, representando o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), e Gabriel Figueiredo, pelo Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe).

A secretária Lícia Damasceno ressaltou que, desde o ano passado, a Secretaria de Educação vem realizando levantamentos e estudos para proporcionar um retorno seguro às aulas diante do cenário de pandemia, levando em conta as particularidades de cada unidade de ensino.

“Acho que são pontuações plausíveis. Temos que falar sobre isso . A doença existe, o vírus existe e estamos em momento de prevenção. Orientamos que as escolas adaptassem o retorno à sua realidade. São 116 planos de retomada distintos. Cada unidade disponibiliza álcool, tapete higiênico e distanciamento”, disse.

O cumprimento de protocolos de higiene para combater a transmissão do coronavírus também foi pontuado, através de vídeo exibido no plenário, pelo diretor da Vigilância Sanitária, Marcelo Sá Lima, que ressaltou o papel de fiscalização nas escolas para que o retorno fosse realizado de forma segura às unidades de ensino.

“Vistoriamos e fiscalizamos 116 escolas da cidade. Passamos para a direção de cada uma, o plano de contingência da covid-19. Nossas crianças podem voltar às aulas tranquilamente”, disse.

O diretor também ressaltou o trabalho de sanitização realizado nas unidades de ensino e o contato permanente com a Secretaria Municipal de Educação, atendendo às solicitações feitas pela secretaria para manter a segurança sanitária nas escolas.

O ensino remoto, suas dificuldades, a criação de uma plataforma de ensino e igualdade de aprendizado no ensino à distância também foram discutidos na audiência.

“É uma questão complicada não só pelo município disponibilizar plataforma. Disponibilizar plataforma sem disponibilizar possibilidade de acesso, atingiríamos apenas uma pequena parcela dos alunos. Por isso optamos pelo material apostilado, para reduzir a desigualdade entre os alunos”, destacou o subsecretário Executivo, Maurício Nascimento.

Além das questões estruturais, também foram debatidos os danos à saúde das crianças, que enfrentam a situação de suspensão de aulas, isolamento e ensino à distância há um ano.

“Completamos, em março, um ano de isolamento. O Sinepe se reuniu diversas vezes de forma remota para saber os prós e contras do retorno às aulas. O isolamento desencadeou problemas de ordem física e mental nas crianças. Do ano de 2020 para 2021, mais de 15 escolas privadas fecharam no município de São Gonçalo. Constatamos alto índice de alunos com defasagem de aprendizagem, disse Gabriel Figueiredo, representante do Sindicato das Escolas Particulares.

As questões de saúde das crianças também foram abordadas pela pediatra Drª. Juliana Lobo, que destacou efeitos colaterais do isolamento, como aumento de violência doméstica, depressão e agressividade. “A escola tem que ser vista como essencial, e ser fechada somente depois que tudo estiver fechado”, disse.