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São Gonçalo destaca benefícios do parto normal junto às gestantes

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Publicado em:  21/08/2025

Procedimento deve ser prioridade segundo o Ministério da Saúde

A Secretaria de Saúde da Prefeitura de São Gonçalo está incentivando a realização do parto normal junto às gestantes que recebem o acompanhamento de pré-natal nas unidades de saúde municipais. Pelo segundo ano consecutivo, a Maternidade Municipal Mário Niajar, no Mutondo, em São Gonçalo, realizou mais partos através de cesariana do que normais. As estatísticas acendem um alerta, já que o parto normal oferece benefícios tanto para a mãe quanto para o bebê e deve ser uma prioridade. Ele também é preconizado pelo Ministério da Saúde. 

Unidade de referência para os partos de baixo risco na cidade, a maternidade realizou 1892 cesarianas e 1823 partos normais em 2024. Neste ano, até o fim de julho, a quantidade de cesariana continua maior do que os normais – 1221 contra 1158. Nos dois anos anteriores, os números foram inversos. Em 2023, foram 2223 normais e 1958 cesarianas. E em 2022, foram 2240 normais e 1846 cesarianas. 

“Temos que preparar a gestante para um parto mais saudável e isso começa pelo pré-natal. Mas muitas, infelizmente, não realizam o acompanhamento durante a gestação ou não fazem por completo. Quando chegam à maternidade, na hora do parto, pelo desconhecimento e medo do parto normal, acabam insistindo pela cesariana. E essa intervenção deveria ser realizada apenas quando houvesse indicação clínica e necessidade comprovada”, explicou a médica obstetra e diretora técnica da maternidade, Adriana Freire.  

A médica enumera os benefícios do parto normal para mãe e filho. “Ele ajuda na recuperação mais rápida da mãe, reduz o risco de complicações e infecções, o útero volta para a posição de forma mais rápida e promove um vínculo mais imediato entre mãe e bebê. Ele também ajuda no sucesso da amamentação de forma mais precoce através da estimulação de hormônios que facilitam este processo. É uma escolha que, quando possível, traz muitas vantagens para os dois”, concluiu Adriana.

A unidade trabalha com o conceito de utilizar métodos alternativos para aliviar as dores na hora do parto normal, com o mínimo de intervenção médica, respeitando as necessidades naturais da mulher e do bebê – um maior respeito à fisiologia do parto. 

“Muitas mulheres têm receio do parto normal devido a dores ou possíveis complicações. No entanto, com o acompanhamento adequado, técnicas de alívio da dor e apoio emocional, o processo pode ser mais tranquilo e natural. Por isso, recomendamos que as gestantes façam o pré-natal adequadamente e esclareçam todas as suas dúvidas para preparar o corpo e a mente para o parto”.

Assim como qualquer procedimento cirúrgico, a cesariana apresenta maiores riscos como infecções, complicações anestésicas, sangramentos, cicatrização complexa, formação de aderências, dificuldade para amamentar, retorno mais demorado às suas atividades diárias, além de uma recuperação mais longa em comparação ao parto normal.

“Quando há condições de saúde favoráveis, o parto normal é a melhor opção, pois promove uma experiência mais natural e menos invasiva. Informação, apoio e confiança são essenciais para uma experiência de parto positiva e saudável”, finalizou a obstetra.  

Preparação pré-parto 

O parto normal mais humanizado na maternidade é auxiliado pelas enfermeiras obstetras, que são preparadas para acompanhar todo o trabalho de parto com métodos não farmacológicos para o alívio da dor: bola, banqueta, cavalinho, banho quente, massagem, musicoterapia e aromaterapia na penumbra. 

“São instrumentos que a gente usa orientando a paciente para que ela fique em determinadas posições que vão aliviar a dor durante o processo do trabalho de parto. Sei que elas chegam com medo, mas a gente está aqui para acolher. O parto não precisa ser na posição ginecológica, que é a tradicional. A gestante tem a liberdade de escolher a posição que ela quiser. Até ficar em pé, do jeito que ela achar mais confortável. A gente fica sempre com elas, orientando, conversando, escutando, podemos colocar música, dançar, apagamos a luz para ficar na penumbra. Sempre converso muito com as gestantes para mostrar que o parto não é associado à dor ,é um momento único na vida da mulher”, explicou a enfermeira obstetra Elisa Dias. 

A dona de casa Amanda de Souza Braga, de 31 anos, deu à luz à Alana, que nasceu com 4,220 quilos de parto normal no último dia 12. Ela é o quarto parto normal de Amanda, que também teve a experiência de uma cesariana. “Eu tenho experiência com os dois partos e acho melhor o normal porque a gente se recupera bem mais rápido. Sentimos as contrações, mas depois que a criança nasce, é super tranquilo, a gente tem como cuidar melhor. Na cesárea é super difícil o pós-operatório e ainda tem os pontos. A diferença é imensa”.

Amanda contou como teve a sua primeira menina e destacou o melhor retorno à vida com o parto normal. “Eu pedi para ficar sozinha tendo as contrações bem quietinha. Já sei como é. Quando estava já pronta para nascer, que chamei o médico para me ajudar. A maior vantagem é a recuperação. Dá para a gente ficar bem tranquila em casa cuidando da criança, não precisa de ninguém para acompanhar. Eu estou super bem, pronta para ir embora, cuidar da casa e dos meus filhos. Se tivesse feito a cesariana, eu estaria destruída, debilitada, muito mal. Eu já tive e não indico. A minha orientação para as meninas é: planejem o parto, tirem as suas dúvidas no pré-natal e tentem o normal”.

Autor: Ascom
Foto: Julio Diniz

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