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São Gonçalo é referência no atendimento de animais silvestres em todo o Estado

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Publicado em:  01/02/2023

Cidade tem a primeira Área de Soltura de Animais Silvestres do Rio de Janeiro

Eram quase 14h em uma sexta-feira ensolarada de janeiro, quando um chamado para resgate de cobra em residência chegou para a equipe de plantão da Área de Soltura de Animais Silvestres (Asas) de São Gonçalo, em Maria Paula. O chamado foi prontamente atendido pelo veterinário Pedro Alfazema e pelos guardas municipais Clésio e Motta, do Grupamento de Proteção Ambiental (GPAm). A cobra foi localizada em uma casa da Rua das Orquídeas, próxima à Área de Proteção Ambiental das Estâncias de Pendotiba.

O animal, identificado como uma cobra d’água, foi resgatado e encaminhado para a Asas, em Maria Paula, onde passou por atendimento e exames para avaliar seu estado de saúde. O objetivo do atendimento ser feito o quanto antes é para que o animal seja rapidamente reinserido na natureza, reduzindo o estresse pelo qual passa durante o resgate e período de monitoramento.

“ De acordo com a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), o comércio ilegal desses animais movimenta 2 bilhões de dólares por ano no Brasil, perdendo somente para o tráfico de drogas e de armas. Aproximadamente nove entre dez animais traficados morrem antes de chegarem às mãos do consumidor final, vítimas de maus tratos”, disse o biólogo e também subsecretário de Meio Ambiente da Prefeitura de São Gonçalo, Glaucio Teixeira Brandão.

“Há algumas semanas, recebemos na Asas uma maritaca pintada para se passar como papagaio, um dos absurdos pelos quais esses animais estão sujeitos”, completou Glaucio.

Referência para todo o Estado do Rio de Janeiro

Mesmo com pouco mais de dois meses de atuação, a Área de Soltura de Animais Silvestres hoje é referência em toda a Região Metropolitana do Estado do Rio no que diz respeito à reabilitação e reinserção de animais silvestres na natureza. Apenas nesse curto período de atuação, cerca de 50 animais silvestres já passaram pela Asas.

A importância e o reconhecimento deste trabalho é expressa no aumento de demanda por atendimentos, vindos do Comando de Polícia Ambiental da Polícia Militar (Cpam) e também das guardas ambientais de municípios vizinhos da Região Metropolitana.

A Área de Soltura de Animais Silvestres (Asas) de São Gonçalo é a primeira pública do Estado do Rio de Janeiro e já dá seus primeiros passos para, em breve, tornar-se um Centro de Recuperação de Animais Silvetres (Cras), realizando atendimentos mais complexos, como cirurgias, exames de radiografia e ultrassonografia. Um passo que demanda capacitação de pessoal, adequação de espaço e também novos equipamentos. As obras para a expansão já tiveram início.

Entre os casos mais complexos e marcantes nesse curto período de atuação da Área de Soltura, está um bem-te-vi filhote, que chegou bastante debilitado ao local, com larvas pelo corpo e sem se alimentar e, após ser encaminhado para o Cras, voltou ao Asas, onde aprendeu a voar e foi reinserido na natureza. Corujas das espécies buraqueira e caburé, gambás e cobras também já foram atendidos na área de soltura.

Atendimento de emergência


O local funciona como um hospital de atendimento de emergência para os animais silvestres. Assim que um animal chega na Asas recebe os primeiros socorros, é medicado e estabilizado. Todo o trabalho é feito por uma equipe especializada com biólogo, dois veterinários e 11 estagiários de medicina veterinária, através de uma cooperação técnica da Prefeitura de São Gonçalo com a Universidade Estácio de Sá (Unesa). A unidade funciona de forma contínua, inclusive sábado, domingo e feriados, com todos os estagiários sendo orientados diretamente pelo veterinário plantonista.

Os animais que necessitem de atendimento especializado, como cirurgias ortopédicas ou tratamentos complexos, são encaminhados para o Centro de Recuperação de Animais Silvestre (Cras) em Vargem Pequena, de responsabilidade da Unesa.

A cooperação técnica com o meio acadêmico também possibilita aos estudantes desenvolverem pesquisas, trabalhos, estudos de fauna e flora.

Apenas animais silvestres


É importante ressaltar que a Asas não recolhe animais domésticos que tenham sofrido acidente ou sejam vítimas de maus tratos. A área de soltura recebe apenas animais silvestres, em especial de espécies nativas da Mata Atlântica que são resgatadas.

O cruzamento de patógenos que poderia ocorrer entre animais domésticos e animais resgatados da natureza, impossibilita que ambos convivam no mesmo local, uma questão fundamental para a manutenção da saúde dos animais da Asas.

Contato para resgate de animais silvestres


Telefone da Asas: (21) 2199-6336
Endereço: Rua Rigel Pacca Corrêa, Maria Paula (APA das estâncias de Pendotiba)

Comando e Polícia Ambiental
Telefone: 0300 253 1177

Autor: Ascom
Foto: Luiz Carvalho
Fonte: Ascom

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