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SMDS realiza mutirão de ajuda às famílias do Congo

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Publicado em:  18/04/2017

“Deixamos amigos, perdemos casa, perdemos tudo. Mas nesse um ano que estamos aqui, todas as pessoas que conhecemos nos acolheram. Não sabemos o que vem pela frente, mas o que esperamos é que tudo fique bem”, disse a estudante congolense de 16 anos, Françoise de Valentin. Com a mãe e o irmão mais velho, ela é uma das 54 pessoas refugiadas da República do Congo que atualmente estão morando no bairro Jardim Catarina, em São Gonçalo. Após passarem por países como Angola, Marrocos, dentre outros, as 12 famílias congolesas, fugindo da guerra civil e dos conflitos políticos, encontraram no Brasil um lugar para recomeçar. Com o objetivo de garantir que essas famílias tenham acesso aos seus direitos básicos e não vivam em condições precárias, a secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS) organizou um mutirão, nesta terça-feira (18), com as equipes técnicas do Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) do Jardim Catarina e Bolsa Família.

“A ação de hoje foi extremamente positiva, tanto para nós quanto secretaria, quanto para as famílias assistidas. Em uma semana conseguimos mobilizar as equipes, para que hoje cada família pudesse ser inserida nos programas e benefícios sociais, como o CadÚnico e Bolsa Família. Além disso, firmamos uma parceria com a Enel, que prestará assistência técnica, revisando as instalações elétricas das casas. Por meio de parceria também conseguimos ajuda na alimentação com a ordem dos Vicentinos, além de oficinas de turbante e atividades culturais com o projeto África em Nós, formado por jovens aqui de São Gonçalo”, disse a subsecretária de Proteção Social Básica, Thaisa Chaves.

Segundo ela, este primeiro momento foi importante na criação de uma rede de serviços emergenciais, e para analisar as necessidades de cada família. Ela ainda adianta que o próximo passo da secretaria é buscar outras parcerias com entidades, como a Defensoria Pública e o Sistema Nacional de Empregos (SINE), para que possam auxiliar na garantia de direitos e no que os refugiados apontam como a maior preocupação: empregabilidade.

Há oito meses no Brasil, o angolano Kiala David André, de 24 anos, é eletricista e pintor, e está em busca de uma oportunidade.

“Toda essa ajuda que estão nos oferecendo é muito gratificante. Queremos melhores condições de vida, queremos trabalhar para isso. É bom ter esse espaço de acolhimento. Quando cheguei, a princípio, algumas pessoas me olhavam como se eu fosse um bandido, sem nem me conhecer, como se eu fosse um bicho. Deixei meus pais, sobrinho, toda a minha família em Angola para tentar uma nova vida aqui, e vou lutar para conseguir”, afirmou.

Ademilda Honorato Pereira, de 59 anos, coordenadora da pastoral da família da Paróquia São José Operário, que prestou a primeira assistência às famílias, contou como esse encontro aconteceu.

“A minha nora é professora do CIEP Anita Garibaldi, onde a maioria das crianças estuda. Certo dia ela descobriu o motivo delas reclamarem tanto da dor na barriga: era fome. Eu e meu esposo pedimos ajuda de casa em casa aqui no bairro e conseguimos arrecadar cerca de 300kg de alimento, fizemos uma grande festa, e logo depois eles foram trazidos para a Paróquia de Santa Catarina Labouré, que tem prestado todo auxílio atualmente”, contou.

Autor: Thayná Valente
Foto: Lucas Alvarenga
Fonte: SMDS

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