Centro de Reabilitação promove encontro de deficientes visuais

Troca de experiências auxilia na garantia de direitos

O Centro Especializado em Reabilitação (CER III), em Neves, realizou o I Encontro de Deficiência Visual – Experiências do Cotidiano, nesta terça-feira (15). A reunião uniu sete deficientes visuais, que contaram as suas experiências de vida e as dificuldades que encontram no dia-a-dia. O prefeito Capitão Nelson e o secretário municipal de Saúde e Defesa Civil de São Gonçalo, Gleison Rocha, prestigiaram o encontro. 

O objetivo do evento foi trocar experiências para um ajudar o outro dentro de suas limitações e garantir os seus direitos. A conversa com música ao fundo foi acompanhada por uma assistente social, psicólogo e a transcritora de braille, que ensina alfabetização e matemática em braille aos que ainda não dominam a comunicação e acompanha nas atividades de reabilitação do CER III. Outros encontros como esse irão acontecer na unidade para os pacientes.

“Estamos avançando, evoluindo bastante na área de saúde. Esse trabalho de inclusão de vocês é de extrema importância. Precisamos manter essas pessoas inseridas na sociedade. E, por isso, deixo um recado importante aqui. Por mais que a tecnologia evolua,  nada vai substituir o ser humano. Se não fossem vocês, com esse tratamento, a gente não conseguiria evoluir. A gente pede a vocês que continuem tratando bem, acolhendo bem, trabalhando com o coração. Esse carinho é essencial”, disse o prefeito Capitão Nelson. 

O trabalho de muito amor e dedicação se destaca entre os pacientes do CER III. A  transcritora de braille, Cláudia Assis, conta que ser transcritora é um grande desafio e é diário, mas há a recompensa de ter o poder de ensinar e entender a dificuldade do outro, destacando que o sistema braille é indispensável na conquista da independência, da autonomia e para o deficiente viver melhor na sociedade com seus direitos garantidos.

“Tudo que faço é com muito amor. Através do ensinamento do braille, eu estimulo e coordeno vocês. Quando a pessoa fica cega, o sentido que mais aguça é o da audição. Mas, para escutar melhor, temos que tocar melhor. Por isso que trabalho a parte tática para aumentar a sensibilidade. E, nesse encontro, nosso objetivo foi alcançado”, disse Cláudia.

Usuária do CER III, a deficiente visual Mariana Geralda Mendes Costa, de 35 anos, elogiou o encontro e o trabalho realizado na unidade. “Nossos atendimentos são individuais. Por isso, esse encontro é importante. Juntos, temos outras perspectivas de vida e podemos melhorar trocando experiências e lutando por nós. Neste lugar, a gente se sente abraçado, desde a recepção até a sala dos médicos. É muita dedicação envolvida. A gente se sente como se estivesse pagando um particular e ainda é melhor. É muita paciência e tempo dedicado aos usuários. Peço que continuem trabalhando por nós”. 

Os deficientes são inseridos para os tratamentos do CER III através da Central de Regulação da Secretaria de Saúde e Defesa Civil da Prefeitura de São Gonçalo. Mas nada impede deles irem até o local para conhecerem como podem ser atendidos e serem orientados naquilo que precisam, quais os procedimentos e como ter acesso em toda rede pública de saúde de São Gonçalo. 

 Regulação – Todas as consultas para as unidades de saúde da rede pública de São Gonçalo são marcadas através da Central de Regulação da Secretaria de Saúde. Para marcar, o gonçalense pode procurar qualquer unidade de saúde da rede municipal, independente se será atendido naquele local. As unidades inserem os pacientes no sistema da Central de Regulação, que vai entrar em contato – através do telefone – para avisar sobre a marcação do serviço, que será agendado em local que for mais próximo de sua residência. É necessário que os pacientes mantenham um telefone que funcione e esteja atualizado no cadastro. O contato e endereço do morador também podem ser atualizados em qualquer unidade de saúde.