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Centro de Cidadania LGBTI participa de audiência pública de combate a lgbtifobia em SG

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Publicado em:  21/05/2019

“A identidade de gênero não é uma questão de escolha, e as pessoas precisam respeitar isso. Não se escolhe sofrer por ser quem se é!”, destacou o coordenador do Centro de Referência e promoção da cidadania da população LGBTI de São Gonçalo, Júnior Braga, que participou, junto a movimentos sociais e representantes do poder público, da audiência pública contra a lgbtifobia realizada pela Câmara Municipal, através da Comissão de Direitos Humanos.

“Acredito, como psicólogo e coordenador do Centro LGBTI, que o principal encaminhamento a partir dessa audiência é a acolhida ao projeto de lei que já está escrito e chegará a esta casa. Como trabalho prático o Centro já funciona, o que nós desejamos é dar mais um passo, e torna-lo lei, uma política pública que irá garantir a continuidade no acolhimento e cuidado à população LGBTI”, disse o coordenador do Centro que é vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social de São Gonçalo.

Em fevereiro deste ano a equipe técnica do Centro deu início ao planejamento do marco regulatório, que através de projeto de lei irá institucionalizar o equipamento como política pública. O documento já está pronto e após a aprovação do prefeito José Luiz Nanci será encaminhada para a Câmara. Em sete meses de existência o Centro LGBTI já atendeu mais de 200 pessoas em casos de violência física, psicológica, além de assistência na mudança do nome social e inclusão no cadastro único. Apenas neste ano, a unidade acompanhou cinco casos de lgbtifobia. Nestes casos o técnico recebe a vítima e familiares, realizando o atendimento inicial, acompanhamento na delegacia para efetuar o registro de ocorrência (caso a vítima ainda não tenha feito) e depois a pessoa é inserida nos serviços ofertados pelo Centro, inclusive no grupo terapêutico para o apoio psicológico.

De acordo com Thalia Carvalho, da Associação Gonçalense LGBTI+, a presença da população LGBTI na audiência, sobretudo das pessoas trans, reflete uma vitória em mais um dia onde estas estão vivas e escolheram lutar.

“É muito bom ver as pessoas trans aqui presentes. Até para sair de casa é uma dificuldade muito grande, porque às vezes a gente encontra o preconceito no ponto de ônibus e pelo caminho para chegar a qualquer lugar que vamos. Quem chegou até aqui conseguiu vencer a pressão da desumanização que a sociedade nos impõe. Uma travesti hoje tem uma expectativa de vida de 35 anos. Cerca de 80% por cento dos casos de homicídio contra travestis tem requintes de crueldade. Ainda precisamos avançar muito, não só na discussão, mas em ações que nos garantam uma vida digna”, ressaltou.

Para o advogado e subsecretário André Siqueira, representante da secretaria de Desenvolvimento Social e quem auxiliou no processo de construção do projeto de lei, a resistência à mudança de pensamento é cultural e é urgente construir novos caminhos.

“É muito importante darmos um passo na desconstrução do preconceito e da lgbtifobia para alcançarmos a equidade. Respeitar a pluralidade étnica e a diversidade de identidades e orientações sexuais é imprescindível. É importante construir um novo pensamento. A resistência a essa mudança é cultural, mas encontros como este hoje irão construir novos rumos”, afirmou.

Autor: Thayná Valente
Foto: Divulgação

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